Achei
essa matéria do The New York Times e trouxe para compartilhar com vocês! A estética
e ou busca pela aparência deve ser comedida. Tirem as suas conclusões!
"É
realmente impossível fazer com que alguém 'se passe' por outra pessoa",
disse o Dr. Steven Teitelbaum, cirurgião plástico de Santa Monica, Califórnia,
e porta-voz da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética, uma
organização profissional. "No máximo, podemos tentar imitar um traço, como
um nariz bonito, ou mesmo inserir um implante de queixo totalmente
desproporcional para imitar o rosto quase caricatural do Jay Leno".
É
possível, no entanto, repetir o mesmo procedimento exagerado em diferentes
pacientes – por exemplo, "uma sobrancelha excessivamente alta, uma redução
nasal excessiva, lábios excessivamente cheios. Você pode ir muito mais longe,
imitando as características de um Michael Jackson, ele próprio uma piada da
cirurgia plástica, em vez de imitar os traços de alguém que nunca passou por
uma cirurgia."
Prestar
homenagem a uma parte específica do corpo de alguém também é uma opção. Os pacientes
muitas vezes vão ao consultório de um cirurgião armados com uma fotografia do
traço físico do qual mais gostam em uma celebridade. O duplo dos sonhos de
Stacy Shanahan é Heather Locklear, mais exatamente, como a atriz aparentava na
época da personagem Sammy Jo Carrington. Shanahan, de 49 anos, executiva de
contas de uma empresa de embalagens de Mission Viejo, Califórnia, daria a
bochecha direita para ter o brilho de Locklear, com quem ela compartilha os
cabelos loiros, olhos azuis esverdeados e traços delicados.
"Eu
sei que parece loucura, mas eu ficaria feliz se fosse mais parecida com ela. Eu
não sentiria falta da minha aparência. A Heather é linda", disse Stacy.
Stacy
estava tão determinada que pediu ajuda ao Dr. Burr von Maur, de Newport Beach,
Califórnia, cirurgião plástico que tinha feito uma cirurgia estética nos seus
seios. Von Maur acabou fazendo uma plástica no nariz em Stacy (o custo: 6.500
dólares) para evocar o "espírito" de Locklear.
"É
impossível reproduzir algo; é impossível clonar uma pessoa. É melhor
aperfeiçoar as características do próprio paciente, para que possamos descobrir
a beleza que já se encontra nele sem alterar radicalmente a sua
aparência", disse ele.
Os
médicos dizem que uma parte significativa do trabalho que exercem consiste em
distinguir os pacientes que têm uma preocupação médica ou estética legítima –
arbitrária em si mesma – daqueles que sofrem de transtorno dismórfico corporal,
uma preocupação extrema com uma falha mínima ou imaginária em sua aparência.
"Eu
tive um paciente que foi de médico a médico tentando fazer uma cirurgia para
ficar parecido com o Brad Pitt", disse Amy Wechsler, dermatologista e
psiquiatra de Nova York. "Era como se ele achasse que a vida ia ficar
muito melhor se ele tivesse a característica X, Y ou Z de uma determinada
pessoa, o que pode virar uma obsessão."
Muitos
médicos têm preocupações éticas quanto a esses tipos de consultas. Por exemplo,
e se um paciente for considerado psicologicamente saudável e ainda assim quiser
ficar parecido com o diabo? E se um médico atender o seu pedido? E se um
paciente ganhar a vida como imitador de Michael Jackson e quiser fazer uma
cirurgia para ter mais sucesso na carreira? A artista francesa, Orlan, tem
usado o rosto como uma tela cirúrgica para questionar noções pré-estabelecidas
de beleza.
"Você
respeita a autonomia do paciente", disse Leonard Fleck, professor de
Filosofia e Ética Médica da Faculdade de Medicina Humana da Universidade
Estadual de Michigan. No entanto, se o médico achar que a escolha do paciente é
equivocada, "ele não é moralmente obrigado a seguir os seus desejos. Ele
pode dizer: 'Eu acho que essa é uma péssima ideia'", esclareceu Fleck.
Para
Joan Kron, autora de "Lift: Wanting, Fearing and Having a Face-Lift"
("Lift: O medo e o desejo da plástica facial", em tradução livre) e
editora colaboradora geral da Allure, atender os desejos do paciente é
responsabilidade do médico, sem extrapolar os limites da razão e sem impor a
sua opinião.
"A
maioria dos médicos é treinada para perguntar aos pacientes sobre o motivo pelo
qual eles lhe procuraram. Essa é geralmente a primeira pergunta. Se o médico
disser que tem que dar um jeito no seu nariz antes mesmo de você abrir a boca,
é melhor cair fora", disse Kron.
Quanto
aos pedidos mais estranhos, ela questionou se eles são piores do que outras
maneiras culturalmente aceitas de modificar o corpo.
"É
pior ficar parecido com um gato ou ter tatuagens cobrindo cada centímetro da
pele?", perguntou ela. Se você quiser ficar parecido com um gato,
acrescentou, "talvez deva ser incentivado a fazer uma maquiagem antes para
ver se realmente quer viver com essa aparência."
Para o
ex-namorado de Liberace, Scott Thorson, os pacientes devem fazer o que bem
quiserem. Quando Scott tinha 20 anos, ele recorreu ao Dr. Jack Startz, com quem
realizou uma rinoplastia, colocou um implante de queixo e reestruturou as maçãs
do rosto para que ficassem parecidas com as de Liberace.
Scott,
hoje com 54 anos, disse ser feliz com o seu rosto, embora tenha removido o
implante no queixo.
"Eu
me acostumei ao meu rosto. As pessoas podem fazer o que quiserem. Não acho que
existe nada de errado nisso", disse ele.
Deborah
Davenport, de 41 anos, dona de uma empresa de consultoria de tecnologia
imobiliária de McKinney, Texas, concorda com Scott. Durante anos, Davenport
ouviu que parecia com a atriz Cameron Diaz, o que não a agradava nem um pouco.
"Meu
nariz parece estar ficando cada vez mais gordo a cada ano que passa. Eu olho
para as fotos e penso 'meu Deus, o que está acontecendo comigo?'", disse
Davenport.
Ela
perguntou a si mesma com quem gostaria de ser parecida, e depois de vasculhar
revistas e filmes, a resposta chegou: Kate Winslet. Deborah recorreu a Dr. Sam
Lam, que raspou a cartilagem de seu nariz, injetou o preenchimento dérmico
Sculptra para engordar as suas bochechas e esguichou um pouco de Botox em sua
testa e ao redor dos seus olhos para torná-la mais parecida com Winslet. A
conta foi de 15 mil dólares.
Poucas
coisas satisfazem tanto Deborah quanto ouvir que parece com a estrela vencedora
do Oscar. Pouco importa que Winslet seja contra cirurgias plásticas.
A
ironia não escapa a Deborah.
"Aqui
estou eu, fazendo plásticas para ficar parecida com alguém que acho que nunca
fez plásticas", disse ela.
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