De acordo com estudo recente publicado no British
Journal of Nutrition por uma equipe de cientistas da Université Laval, alguns
probióticos podem ajudar as mulheres na perda e ou na manutenção do peso.
Os pesquisadores demonstraram que a flora intestinal
de indivíduos obesos não é igual àquela de pessoas magras. Essa diferença pode
ser causada pelo fato de que uma dieta rica em gordura e pobre em fibras
promove algumas bactérias à custa de outras. Os investigadores tentaram
determinar se o consumo de probióticos poderia auxiliar a restabelecer o
equilíbrio da flora intestinal em favor de bactérias que induzem a um peso
saudável.
Para testar as hipóteses levantadas, a equipe
recrutou 125 homens e mulheres acima do peso. Os indivíduos foram submetidos a
uma dieta de 12 semanas para diminuição do peso e, em seguida, enfrentaram mais
três meses para estabelecer a manutenção do novo peso corporal adquirido. No
decorrer da pesquisa, metade dos voluntários ingeriram duas pílulas diárias
contendo probióticos provenientes da família do Lactobacillus rhamnosus,
enquanto a outra metade recebeu um placebo.
Após o período de emagrecimento, foi constatado uma
perda de peso média de 4,5 quilos nas mulheres, no grupo no qual os probióticos
foram administrados, e de 2,6 quilos nos participantes que receberam o outro
medicamento. Porém, nenhuma diferença foi verificada entre os dois grupos
masculinos.
Não se soube porque os probióticos não tiveram
efeito nos homens. Pode ter sido uma questão de dosagem, ou pela curta duração
dos testes. Durante os meses de manutenção do peso, o peso das mulheres
submetidas ao placebo permaneceu estável, diferentemente do grupo no qual os
probióticos foram administrados. As participantes desse núcleo continuaram a
diminuir de peso, em um total de 5,2 quilos por pessoa.
Na conclusão, mulheres que consumiram os
probióticos reduziram duas vezes mais peso durante as 24 semanas de estudo. Os
pesquisadores também atentaram, neste grupo, para uma diminuição no hormônio
leptina, responsável por regular o apetite, assim como uma concentração
inferior das bactérias intestinais relacionadas à obesidade.
Conforme o estudo, os probióticos devem atuar na
alteração da permeabilidade da parede intestinal. Ao impedir que determinadas
moléculas pró-inflamatórias passem para a corrente sanguínea, eles podem ajudar
a prevenir a reação em cadeia que leva à intolerância à glicose, obesidade e
diabetes tipo 2.
O Lactobacillus rhamnosus usado nos testes da
pesquisa pertence à empresa Nestlé, que o utiliza em alguns dos iogurtes que
produz para o mercado europeu. Contudo, Tremblay acredita que os probióticos
encontrados em produtos lácteos na indústria norte americana poderiam ter um
efeito similar àqueles da multinacional. Entretanto, ele enfatiza que os
benefícios dessa bactéria tendem a ser observados mais facilmente em um
indivíduo dentro contexto nutricional saudável, com baixa ingestão de gordura e
porções adequadas de fibras.
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