terça-feira, 28 de maio de 2013

Abercrombie & Fitch não quer gordinhas



"Não queremos garotas gordas usando nossas roupas, apenas garotas magras, bonitas e descoladas deverão usar a marca. Para os meninos os tamanhos grandes continuam na grade de numeração para atender os atletas.”

Para quem não conhece, Abercombrie & Fitch é uma varejista de roupas adorada pelos jovens norte-americanos e também pelos brasileiros, e agora decidiu não fabricar mais roupas femininas tamanhos G e GG. A citação acima foi do presidente da empresa.
 
 

Fiquei chocada, surpresa com esse posicionamento da empresa. Será mesmo que ser magro é assim tão mais importante do que ser educado, gentil, digno, honesto e até mesmo saudável? O formato do corpo é realmente o mais importante?

O estudante de design brasileiro Isaías Zatz, iniciou uma campanha de protesto na semana passada resolveu vestir moradores de rua com as roupas da grife, exatamente o contrário do que prega a marca. A iniciativa batizada de "Abercrombie Popular", foi lançada com a simples proposta de incentivar que qualquer pessoa que tenha uma camiseta da marca faça uma doação para algum morador de rua, tire foto e depois poste nos perfis do projeto nas redes sociais.
 

 

A ação do brasileiro é parecida com a do norte-americano Greg Karber, que lançou no Youtube o movimento #FitchTheHomeless. O primeiro vídeo da campanha já conseguiu mais de 4 milhões de visualizações. O brasileiro não se inspirou na versão dos Estados Unidos para criar o Abercrombie Popular, até porque a primeira postagem de Zatz foi ao ar dois dias antes do vídeo do americano.
 
 
Não sou contra a marca ou contra a busca pelo corpo magro, definido, apenas resolvi postar sugerindo uma reflexão sobre o real valor que associamos ao nosso corpo. A declaração da empresa me leva a considerar um incentivo ao lado anoréxico e bulímico de inúmeras pessoas. Principalmente porque o maior índice registrado de bulimia e anorexia acontece em mulheres de classe social média e alta, ou seja, o público-alvo da empresa.

Triste, e seria cômico, se não fosse trágico. Vamos refletir?

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