"Não queremos garotas gordas usando nossas roupas, apenas garotas
magras, bonitas e descoladas deverão usar a marca. Para os meninos os tamanhos
grandes continuam na grade de numeração para atender os atletas.”
Para quem não conhece, Abercombrie & Fitch é uma varejista de roupas
adorada pelos jovens norte-americanos e também pelos brasileiros, e agora
decidiu não fabricar mais roupas femininas tamanhos G e GG. A citação acima foi
do presidente da empresa.
Fiquei chocada, surpresa com esse posicionamento da empresa. Será mesmo que
ser magro é assim tão mais importante do que ser educado, gentil, digno,
honesto e até mesmo saudável? O formato do corpo é realmente o mais importante?
O estudante de design brasileiro Isaías Zatz, iniciou
uma campanha de protesto na semana passada resolveu vestir moradores de rua com as roupas da
grife, exatamente o contrário do que prega a marca. A iniciativa batizada de
"Abercrombie Popular", foi lançada com a simples proposta de
incentivar que qualquer pessoa que tenha uma camiseta da marca faça uma doação para
algum morador de rua, tire foto e depois poste nos perfis do projeto nas redes
sociais.
A ação do
brasileiro é parecida com a do norte-americano Greg Karber, que lançou no
Youtube o movimento #FitchTheHomeless. O primeiro vídeo
da campanha já conseguiu mais de 4 milhões de visualizações. O brasileiro não
se inspirou na versão dos Estados Unidos para criar o Abercrombie Popular, até
porque a primeira postagem de Zatz foi ao ar dois dias antes do vídeo do
americano.
Não sou contra a marca ou contra a busca pelo corpo magro, definido, apenas
resolvi postar sugerindo uma reflexão sobre o real valor que associamos ao
nosso corpo. A declaração da empresa me leva a considerar um incentivo ao lado
anoréxico e bulímico de inúmeras pessoas. Principalmente porque o maior índice
registrado de bulimia e anorexia acontece em mulheres de classe social média e
alta, ou seja, o público-alvo da empresa.
Triste, e seria cômico, se não fosse trágico. Vamos refletir?
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